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@sosjefferson

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

VOZ DA PERSONAGEM ESQUECIDA

O livro Carcereiros de Drauzio Varella editado neste ano, é recebido pelos profissionais dos presídios brasileiros como a primeira oportunidade de expressar o grito angustiado que outrora permanecia emudecido nos corações desses grandes guerreiros do sistema prisional. 
Leia a Sinopse:

"Em Estação Carandiru, que desde 1999 teve mais de 500 mil exemplares vendidos, Drauzio Varella focou seu corajoso relato na população carcerária de um dos presídios mais violentos do Brasil. Como médico voluntário, pôde revelar o intricado código de ética da cadeia, bem como descrever, sem julgamentos morais ou sentimentalismo, os habitantes daquela estrutura tão particular.
Mas os vinte e três anos que o autor tem passado atuando em presídios brasileiros também o aproximaram do outro lado da moeda: as centenas de agentes penitenciários que, trabalhando sob condições rigorosas e muitas vezes colocando a vida em risco, administram toda a população carcerária do Brasil.
Foi com um grupo desses agentes que Drauzio passou a se reunir depois das longas jornadas de trabalho, em um botequim de frente para o Carandiru. Em 2002, o governo do Estado demoliu a Casa de Detenção, mas o grupo seguiu se encontrando regularmente. E é a partir dessas reuniões, somadas à longa experiência no sistema carcerário de São Paulo, que o autor conduz os relatos de Carcereiros, segundo volume da trilogia iniciada por Estação Carandiru (o terceiro livro, Prisioneiras, terá como ponto de partida o trabalho do médico na Penitenciária Feminina da Capital).
Surgem, assim, as histórias das rebeliões vistas de dentro, por quem estava na derradeira linha de negociação com os presos. Do silêncio que antecede uma explosão de violência à crise em suas últimas consequências, acompanhamos de perto a atuação daqueles que, muitas vezes agindo em condições precárias, são os únicos capazes de lidar com as leis internas que regem uma prisão.
Pessoas que, na imensa maioria, não estão lá por vocação ou chamado. Atraídas pela segurança de um emprego público, tornam-se improváveis especialistas em psicologia, sociologia e tantos outros ramos das ciências humanas. Passam a detectar pequenos sinais, indícios e movimentações que, se não fossem previstos, acarretariam em tragédia. E levam, para o seio de suas vidas, as cicatrizes da violência. 
Essas cicatrizes se manifestam também no dia a dia de trabalho, onde a pressão constante evidencia os atos de bravura e solidariedade, de egoísmo e violência, de compaixão e medo. Sem juízos fáceis, Drauzio descreve esse mundo onde os limites entre os criminosos e os responsáveis por guardá-los frequentemente se confundem. 
E fala também, com franqueza e sem rodeios, de sua própria atividade como médico do sistema penitenciário: das frustrações, dos acertos e, sobretudo, da dificuldade em conciliar uma vida tão imersa nesta realidade com a de médico particular, apresentador de programas de divulgação científica, pesquisador de plantas, escritor e pai de família. 
Conforme acompanhamos as mudanças nos cárceres brasileiros desde o massacre do Carandiru, quando o controle interno dos presídios foi tirado dos agentes e entregue às facções criminosas, notamos também a vida do próprio médico sendo transformada por aquelas pessoas. 
Em histórias contadas ao redor de uma mesa de botequim, somos apresentados ao cotidiano dos carcereiros e às inúmeras situações desconcertantes impostas pelo ofício, que eles resolvem com jogo de cintura e, não raramente, com muito humor. Se há algo de comum a essas vidas, é a dimensão humana que nunca escapa aos relatos do autor."

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Governados pelos maus

        Quando ainda era um estudante de ensino fundamental, e ainda acreditava no mundinho de Polyana Moça, eu costuma também acreditar que os governos importassem com as pessoas. Lembro-me por diversas vezes ir à distribuição de brinquedos no natal  que o governo do PSDB Marconi Perillo sempre fazia. Alienado, eu pensava que tudo aquilo alí era a manifestação do amor do atual governo para com todas crianças que gostariam de ganhar brinquedos no final do ano. Quando então vimos chegar cadeiras novas para escola, aquilo sim foi fascinante! Parecia que estavamos sendo presentiados. Toda a escola se alegrou, e aquele ano de 1999 foi marcado por pesado investimento financeiro na Escola Estadual Barão do Rio Branco.

       O tempo passou, entrei no serviço público municipal e depois no distrital em Brasília. A partir de então, estando dentro da máquina pública, passei a ver como as coisas realmente funcionavam. Logo depois passei a estudar Serviço Social da Pontifícia Católica (PUC-GO), e com tantos conhecimento novos, meu senso passou a ser crítico e não mais comum. Tão afiado que por instantes me perguntava "o que estou fazendo nesse mundo?". Isso que experimentava era Filosofia - o estranhamento dos acontecimentos no mundo e o questionamento das formas e normas dele. Conhecendo Karl Marx, Rousseau, Durkheim e Kant, minha visão crítica se aguçou ainda mais, porém meu mundo se tornou azul. É assim que acontece.

      Ocorre a toda pessoa que tem a oportunidade de saber como as coisas públicas funcionam e que possue conhecimento científico acerca do funcionamento das instituições, elas ficam mais infelizes que a maioria. Pois ela vê, e não entende o Porquê de tanta falta de amor com o povo governado.

      Na verdade o governo não se importa com ninguém. Se você comeu hoje, se na sua rua tem asfalto, saneamento básico, se há justiça, se a polícia tem condições de trabalho, se a chuva levou a sua casa, se a sua vó não consegue aposentar, se existem muitas crianças nas ruas, se muitas delas são órfãos, se se amigo conseguiu uma sirurgia importante para a sua existência, se todos têm acesso ao Serviço Social. O governo está preocupado em "ARRECADAÇÃO". É isso fiel preocupação. E dividir a arrecadação com as pessoas não é o pensamento de governos neoliberais.

     A aplicação dos recursos seguem os interesses dos grandes empresários que são os maiores beneficiados do governo.  Bancos que trabalham com dinheiro em taxas microscópicas e o emprestam ao povo em juros sobre juros. Instituições Financeiras que deveriam fomentar projetos da sociedade civil, por sua vez fomentam quem já é abastado, estou falando do mercado imobiliário e dos projetos para "pequenos negócios". Aplicam muito capital financeiro em escolas técnicas que ensinam a trabalhar, mas não ensinam a pensar, o que é o maior benefício para o ser humano. Aplicam muito em segurança pública, cadeias, e prisões para jovens, mas não aplicam nas escolas. Que diga-se de passagem, a greve dos professores que não costumam durar menos que 30 dias e voltam sem seus pleitos atendidos e com multas e ponto cortado.

    Nenhum governo será bom. Nenhum vai governar com amor ou preocupado com as necessidades do povo. A Liberdade e a emancipação das pessoas é o caminho. A administração popular, democrática, diferente da atual "democracia".

domingo, 9 de outubro de 2011

Alessandro, um Agente Penitenciário

Este é um desabafo de um Agente de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal, que abre para toda a sociedade os problemas enfrentados em sua missão diária:


Tomei posse pouco mais de dois anos atrás. Ao longo desse tempo fui apreendendo o que é ser um Agente penitenciário. É ele que faz a guarda e custódia daquele que foi incapaz de conviver harmoniosamente na sociedade. É ele que deve cuidar da sua saúde física e psicológica, dar educação e trabalho. O Agente deve ser o transformador de caráter daquele que prejudicou a sociedade.
O primeiro passo que deve saber é lidar com a segurança do presídio, segurança dos blocos, a segurança do colega e principalmente a sua segurança. Até que são procedimentos fáceis de apreender, porém se errar o procedimento a vida pode estar em jogo. Constantes ameaças de fuga, rebelião, atentado contra a vida, deixa cada procedimento uma verdadeira loteria. Sorte é não ser sorteado no dia.
Nesse tempo contrai algumas alergias dermatológicas. Além de realizar escoltas dos presos com tuberculose, soro positivo para HIV e outras séries de doenças; daí vem a JUSTIÇA e faz injustiça com os Agentes Penitenciários do DF em retirar o adicional de insalubridade. Isso é apenas um detalhe.
Para que o Ministério Público nos trate com tantas atribuições importantes de realizações máximas que a sociedade não pode favorecer aos internos para que eles não tivessem cometido os crimes. Não posso ficar omisso com o tratamento aos servidores do sistema penitenciário.



T

Não vivo no mundo de maravilhas sou vítima igual a um cidadão comum. Não estou isento de imperfeições da sociedade. Procuro como todos ter uma família, residência digna, poder ter um pouco condição de não ter que errar na educação dos filhos, e ter o tempo livre para diminuir a pressão de trabalhar no Sistema Penitenciário que estressa muito o psicológico do Policial Penitenciário.
Só estou tentando memorar a minha condição. O meu trabalho segundo o Ministério Público é um dos mais complexos para realizar. Irão dizer:
- Você não sabia que iria ganhar aquele salário? ¨. Sim sabia, só não sabia a tamanha complexidade do trabalho.
- Então por quê não procura outro emprego? ¨ Sim poderia procurar. Então o sistema penitenciário sempre vai contar com um servidor que vai trabalhar somente abrir cadeado? E as outras atribuições? O Sistema penitenciário não quer os seus recursos humanos qualificados. Aquele pode pensar e solucionar problemas. De gerar estudos sobre sistema. De possuir competência para realizar tarefa de alta complexidade.
Sim, muitos colegas já optaram em sair da cadeia. Isso só de mostra que o governo não está preocupado com as condições dos seus servidores. A verdade é que não existe uma política séria para o sistema penitenciário. O Governo é preocupado somente a repercussão negativa de uma rebelião.
Tratar com respeito e dignidade tanto o preso quanto o servidor penitenciário está longe do ideal. Heróis são os servidores que trabalham com o mínimo e mesmo assim realizam um serviço primordial.

Alessandro - Agente de Atividades Penitenciárias do DF

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

MOVIMENTOS SINDICAIS EM BRASÍLIA REFLETEM A MÁ GESTÃO DO GOVERNO VIGENTE

O Partido dos Trabalhadores (PT) parece assumir um discurso antagônico às classes trabalhadoras, onde estas percebem diante delas grandes barreiras na hora de negociar ou reivindicar direitos garantidos lá em "1900 e guaraná de rolha". Sim, parece muito estranho, mas é o que tem acontecido na maioria dos estados brasileiros e principalmente em Brasília, onde, o Governador Agnelo Queiroz tem jogado sujo com as bases sindicais que neste ano se levantaram para luta. As Greves dos Bancários, dos servidores do DETRAN-DF e dos Correios demonstram a desconfiança dos sindicatos, que passam a exigir cada vez mais documentos que firmem o compromisso do governo em atender às propostas dos grevistas.

Ainda nesta semana, o SINDPEN-DF (Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias), se manifestará de forma gradual frente às retroagidas do Governo Aguinelo nas negociações e estudos para reestruturação da carreira, que criada pela Lei - 3669/05, sofre com a constante falta de compromisso de Aguinelo.

Na atual conjuntura, a categoria reivindica a equiparação salarial com os Agentes Penitenciários da Policia Civil do DF, que atuam nos mesmos estabelecimentos e desenvolvem as mesmas atividades, tais como - custódia de internos, escoltas para audiência e hospitais, segurança dos presídios, aplicações das politicas públicas ressocializadoras (Oficinas) entre outras atividades. Atualmente o vencimento de um Agente de Atividades Penitenciárias é de R$ 2.394,16 que somado com gratificações inerentes ao cargo, chega a R$ 3300,00 líquido, ou seja, a terça parte que um Agente Penitenciário PCDF percebe em seus vencimentos.

A Constituição Federal é clara quando diz em seu artigo 7º, inciso XXX, onde determina que sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sendo proibido ainda a diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

Tal disparidade de vencimentos indigna os servidores, que se sentem humilhados, e, por vias pacíficas têm buscado "concertar" o erro do governo quando criou o cargo. Até então sem sucesso.

Atualmente para se tornar Agente de Atividades Penitenciárias, o candidato tem de passar por 6 fazes distintas: concurso de provas, teste físico, sindicância de vida pregressa, teste psicotécnico, curso de formação e finalmente curso de tiro, que chega a ser ministrado em 40 dias ininterruptos. O candidato também deve possuir diploma de ensino superior em qualquer área reconhecido pelo MEC.

A categoria dos AGEPENS-DF tem trazido indicativos de grande melhorias ao sistema penitenciário, e tem se abrido para as novas demandas que tal profissão exige. Inclusive, a categoria demonstrou que é capaz para exercer tal função, pois desde que assumiram o sistema, nenhuma rebelião aconteceu, como prediziam os veteranos do sistema.

A sociedade não pode ser omissa, portanto, estou publicando esse artigo, pois se trata de uma questão social, que precisamos repensar, caros leitores.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pesquisa

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Retomando...

Olá pessoal!!! Já faz algum tempo que não posto nada no meu blog. Devido ao meu afastamento da faculdade por motivo de ter passado em outro concurso público, o que me fez alterar totalmente minha vida acadêmica, eu optei por voltar a postar  assim que eu voltasse para a faculdade, e assim fiz.
Então, eis me aqui!  Agora vamos retomar as nossas discussões : Sistemas de Cotas.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O primeiro dia de um Bolsista e sua luta (PUC-Goiás)

"O post está correlacionado a instituição de ensino PUC-Goiás"


Após comprovar por "a" mais "b" que é pobre, que sempre estudou em escola pública, que é filho de pais pobres, que é negro ou índio (se for o caso), o aluno selecionado pelo Prouni (programa do governo federal que usa as notas do ENEM  e as condições Socioeconômicas do mesmo para selecioná-lo) enfrenta o preconceito dos colegas não-bolsistas da Universidade.
Nos primeiros dias de aula, é muito freqüente essa distinção pois, usualmente, os nomes dos alunos  prounistas não estão incluídos na lista de chamada, e cada vez que a mesma é feita, a pergunta clássica do professor aparece : "alguém não foi mencionado?".Se responde que sim, voltamos a ouvir "se for do prouni, aguarde mais uns dias que seu nome será incluído".
Dependendo do curso no qual o aluno foi contemplado, ele irá se deparar com colegas que têm uma realidade socioeconômica bem diferente da sua e talvez sofra dificuldade de sentir-se digno daquele lugar. Uma vez que o programa concede a bolsa ao aluno, ele deve se preocupar com outras questões, por exemplo:

* Cursos de medicina, Ciências Aeronáuticas, Arquitetura, Engenharia e outros costumam exigir materiais específicos que devem ser adquiridos pelo aluno, tais como: livros, ferramentas de estudo etc.

Muitas vezes, o aluno não tem condição econômica e acaba não tendo acesso a esses itens, o contraste social é evidenciado novamente num tom capitalista onde os filhos dos "burgos" possuem, e o "tutelado pelo estado" nada.
Não defendo que o programa tenha que "mastigar a comida" além de conceder a bolsa, mas que exija da instituição de ensino  condições maiores aos alunos carentes que receberam essa oportunidade. Isso é possível! Porque a idéia é essa! Inclusão social! Dar a oportunidade àqueles que precisam dela, e pavimentar essa estrada para que o aluno se sinta motivado e digno é um dever! É diminuir o contraste, é diminuir a discriminação. A bolsa não é gratuita. As instituições de ensino recebem em contrapartida do governo incentivos fiscais e até recursos para manter os bolsistas.
Nesse sentido, aspiro que essa preocupação chegue até os gestores do programa e que cada Reitor tenha essa visão.


-"Agradeço a Deus por ser um bolsista e por ter me abençoado, pois sem a ajuda  dEle e desse programa eu não teria voltado à vida acadêmica este ano".